sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Barrado no clube de sexo...



Lí ontem no blog despautério uma postagem entitulada luxúria, e me lembrei de uma história que começou graças a ela, a própria luxúria, e terminou em amor.

Resolvi um dia conhecer um clube de sexo, um verdadeiro playground para os feticheiros de plantão, com tudo o que há de mais exitante para os amantes da prática, e sempre fui assim, bateu vontade, faço!

Pois bem, pesquisei na internet algumas opções de lugar e escolhi o que me parecia mais discreto pela localização. Cheguei no endereço, meio sem jeito, dei uma volta pelo quarteirão para analisar a vizinhança, como se as senhoras moradoras daquela região fossem clientes da casa, enfim, um pouco de cautela não faz mal. Ainda assim estava meio ressabiado, sei lá, parecia que todo mundo sabia o que eu iria fazer ali dentro, mas enfim, tomei coragem e entrei.

Era um lugar bem arrumado na região da Vila Mariana, nem sei se ainda existe... Sim, existe, acabo de consultar no Google. Um lugar agradável, clean, sem cheiro de mofo.

Enfim, estava lá dentro, peguei a chave de um armário e fui tirar a roupa, é proíbido permanecer vestido. Cumprido o ritual, fui conhecer a casa, estava saindo do vestiário quando me pegaram pelo braço, levei um susto daqueles, achei que fossem me amarrar, (já fiquei até animado), mas não, alguém que eu nunca tinha visto, (e que visão era aquela), me parou e perguntou o que eu estava fazendo ali.

O que "eu" estava fazendo ali? O que "ele" estava fazendo ali?! Que loucura, estavamos ali para fazer a mesma coisa! E foi o que respondi, disse que estava ali fazendo a mesma coisa que ele. E de supetão ele respondeu: "_Então vamos embora comigo, já que vc está fazendo o mesmo que eu!..."

Não pensei,... não questionei,... não respondi,... coloquei minhas roupas e saí de lá, sem saber sequer o seu nome. Eram olhos verdes caramba,... aquele olhar me abalroou, e só via um rumo, segui-lo!

Fomos conversar em um bar, um boteco alí de perto, nos apresentamos durante o caminho, falamos muito sobre nós e acabamos em um quarto de hotel fazendo aquilo que tinhamos ido fazer no clube, só que sem a platéia e acessórios. Ah, o quarto de hotel? Ele não morava em São Paulo, estava aqui a trabalho. Mais tarde, fomos dançar, era uma terça-feira, fui apresentado a D-edge, lugar que considero mágico até hoje.
Continuamos nos vendo nos meses seguintes, vivíamos na ponte aérea, horas ele, outras eu... até que cansamos de ir e vir e resolvemos ficar juntos, mas essa é outra história, conto em uma próxima.
Parte II

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Agora!


Hoje amanheci com um descontentamento inexplicável, um peso na alma, uma agonia e inquietação, vontade de ficar de mal com o mundo e descontar em alguém em especial.


Lembrei de um trecho de um poema de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa que diz o seguinte:


"Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos..."


Não sei o que a vida me reserva quanto as minhas expectativas de realizações profissionais, o encontro de algum novo "grande amor", aff... ainda tenho tanto que experimentar, nem sei quantos sorvetes ainda não provei...


Preciso utilizar desse momento como alavanca, um impulso pra sair da mesmice que me atordoa, de verdade, preciso acontecer, não apenas ter ou ser, acontecer.

Que país é este?


"Ministério constata aumento de trabalho escravo em Estados onde há expansão da produção do etanol", diz a manchete do Uol Notícias.


O etanol sendo produzido com a falsa desculpa de manutenção da vida no planeta através da utilização dos biocombustíveis, desrespeitando o que de mais importante o planeta tem, a vida, o indivíduo e a liberdade.


O enriquecimento dos grandes produtores as custas de nada,... é isso que um escravo custa, nada!


Peço um empréstimo a Gonzaguinha pra dizer:


"A gente não tem cara de panaca, a gente não tem jeito de babaca, a gente não está com a bunda exposta na janela pra passar a mão nela."


E faço coro aos que vivem nessas condições:


"A gente quer viver uma nação, a gente quer é ser um cidadão!"

samba canção


Não vi de onde veio,
Só sei que me atingiu,
Acertou-me em cheio, me partiu.

E juntou e embaralhou,
Deixou-me em desordem...
E sempre volta e bagunça outra vez.

Até que gosto,
Sem vergonha que me tornei, devasso.
Ah, se eu acerto o teu compasso!...

Ainda aprendo a tua dança, nego,
Esse samba rasteiro que me põe no chão
Tonto de vê-lo gingar.

E tonto de ver os seus olhos na minha direção,
Olhar verde que vê um tudo diferente...
... ... ...

E quando me confundo com a sua ótica
Sinto pena de mim,
Escravo desse olhar tão falsamente sutil.

(Willians Toledo)


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Por trás de um mundo de ilusões






Ontem resolvi sentar um pouco no banco da praça aqui ao lado de casa pra ficar sem fazer nada por alguns instantes, uma moça chegou e me cumprimentou, sabia o meu nome e eu,... (quem é essa pessoa?), ela percebeu minha cara de indagação e se apresentou, foi colega minha de escola, nos tempos de ginásio, nunca mais tinha visto e ela mudou um bocado, sem aparelhos e óculos fundo de garafa, puxa, como o tempo lhe fez bem.


Moça bonita, bem arrumada, foi levar os filhos pra brincar na praça, três crianças lindas e adoráveis, e olha que apesar de ser pai, não tenho muita paciência com criança, mas pra mim três crianças que brincam tranquilas enquanto a mão pode conversar, puxa, que passo para a evulução.


Bem, começamos a falar e não sei porque ela resolveu se abrir comigo. Sabe quando alguém está precisando desabafar e sente-se aliviado por encontrar qualquer pessoa que transmita alguma confiança? O que ouvi foi muito pesado, me fez pensar nos problemas, cada um tem o seu, e todos acreditam que é o pior, mas tudo é uma questão de ponto de vista.



Ela é casada, como disse tem três filhos, vive uma vida confortável, mora em uma casa linda, tem um marido lindo, (mostrou-me fotos e tive que segurar-me para não suspirar), enfim, tudo o que muita gente acredita ser necessário para ser feliz.



O marido, pelo que ela me contou, um ser adorável, faz de tudo pra realizar todas as suas vontades, viajens, shows, bons restaurantes, roupas e acessórios, enfim, ela fez aos olhos de muitos um casamentão.



Mas tudo muito perfeito, alguma coisa devia estar errada, ela não me parecia feliz. Percebi uma aflição escondida por trás do mundo cor-de-rosa, um grito que ecoava em silêncio e eu consegui ouvir um pedido de socorro. Perguntei o que faltava, o que ainda ela não tinha e nem me espantei quando ela me disse que precisava de paz.



O marido, aquele ser perfeito ao olhar de muitos, tem um problema muito grave, é usuário de drogas e tem se afundado a cada dia mais nessa estrada que oferece poucas opções de retorno. Ele sempre gostou de bebidas, bebia socialmente e ocasionalmente tomava uns porres, o que é muito comum, só que aos poucos ela percebia que ele se distanciava, o sexo foi diminuindo, ele ficava mais tempo fora de casa. Uma amante, ela logo desconfiou, começou a marcar em cima, ligar pra saber onde ele estava e depois de algumas discuções, ele revelou o nome da amante, cocaína.



Já faz tempo que ele é usuário e ela convive com isso a alguns anos, ele trabalha, cumpre suas obrigações, é um bom pai, mas falta como marido, não consegue mais manter relações com a esposa. A alguns meses, ela o surpreendeu no banheiro de seu quarto, ele andava meio esquisito, ficava muito tempo enfiado dentro do banheiro, mas ela não tinha noção do que estava acontecendo, foi um choque ao descobrir que ele estava fumando pedras de crack, e como vêmos e conhecemos, o crack é um sub-produto da cocaína, e traz efeitos devastadores e irreversíveis ao cérebro.



Ela chorou ao me contar essa história, disse que já falou diversas vezes com ele, ofereceu ajuda, mas ele não parece muito interessado em deixar essa vida. Fico meio impedido de dar alguma ajuda prática, ele nem me conhece e acho que não gostaria de saber que sua mulher contou essa história a alguém. Ofereci meus ouvidos, dei os meus telefones e estou pesquisando formas de ajuda.



Por que resolvi publicar essa história? Não acredito que ele tenha começado nessa vida já na cocaína, teve algumas bobeirinhas além da bebida, que ele já devia ter experimentado, uma balinha quem sabe, um cigarrinho de maconha,... um dia já não satisfaz mais, chega um dia que precisa partir para algo mais forte, que garanta uma sensação de liberdade maior, e o final é sempre desgraça, perdas e danos materiais e morais, uma família em destroços, alguém sempre chora no final.



Pense antes de experimentar, a droga é uma merda!





domingo, 9 de novembro de 2008

Gays na Paulista (Sobre liberdade sexual)



Estou a tempos ensaiando pra escrever no meu blog, hoje encontrei um estímulo muito forte.

A algum tempo comentei com um amigo o fato de achar bonito os gays poderem andar de mãos dadas na Av. Paulista, e ele, o passageiro, resolveu publicar o diálogo em seu blog, depois de eu mesmo tê-lo feito lembrar-se dessa história.


Pra quem não leu no blog do Marcos, vou reproduzir o diálogo com minhas próprias palavras:


Eu: Amigo, eu acho bonito quando vejo dois homens andando de mãos dadas na Paulista!

Ele: Eu vou achar bonito quando ver dois homens andando de mãos dadas em Itaquera.


Ótimo, pra quem lê assim, um diálogo solto no ar, imagina o diálogo da bichinha fútil com o ser politicamente correto, e esse não é o meu caso, corro de futilidades, me importo com as questões que me afetam e as que afetam todos os cidadãos sejam eles gays ou heteros, ainda vivemos em sociedade, foi isso que aprendi nas extintas aulas de educação moral e cívica.


O fato é o seguinte, continuo achando bonito que gays possam se sentir seguros para andar de mãos dadas na Av. Paulista, eu particularmente não sinto e não me permito fazer isso em lugar nenhum, temo por minha segurança. Ficarei feliz quando ver isso acontecer em qualquer lugar do Brasil, mas será que são mãos dadas o verdadeiro problema que nos aflige?


Vale lembrar que em territórios árabes, onde em muitos países ser gay é ser condenado a morte, é costume dois homens andarem de mãos dadas, é uma questão cultural e totalmente aceitável. Não, não são mãos dadas, o preconceito moral é que ainda causa dano, é ele quem impulsiona perturbados a incendiar pessoas diferentes, quer sejam gays, ou mesmo índios, negros, judeus ou nordestinos.


E como nós temos colaborado pra mudar a visão do mundo em relação ao gay? Fiz o seguinte comentário no blog do passageiro sobre a questão:


"Eu acho sim importante o direito a livre expressão de qualquer pessoa, o direito de demonstrar afeto, tanto na Paulista quanto em Itaquera,... mas se é o próprio gay que vem de todos os cantos de São Paulo para a avenida paulista em dia de parada, demonstrar vulgaridade e promiscuidade, quando deveriam lutar, (com a bandeira da paz), para mostrar a sociedade que é diferente, não é verdade o que falam sobre os gays,... perdoem a redundância, mas temos direito de lutar por nossos direitos, mas não temos direito de usar essa manifestação como banheirão a céu aberto.


Enquanto o gay não agir de forma diferente, me perdoem, ele ainda terá restrições. É uma questão de postura. O mundo precisa nos enxergar de uma forma diferente da imagem das paradas."


Somos culpados pelo preconceito? Não, claro que não!

Precisamos ajudar formar opiniões negativas sobre nossa conduta moral, (que também é um conceito), e pratica de sexo de forma promíscua e sem limites? Também não!


Tudo o que sei é que, se realmente quisermos, temos espaço e uma arma poderosa para fazer valer o nosso direito, a palavra, não o pinto ou a bunda, mas a palavra! Temos visto mudança, há ainda muito que conquistar, mas já vemos ares de esperança pra futuras gerações, vejo isso na Paulista, e se a próxima geração puder descer a consolação e chegar ao centro, já me darei por satisfeito. Podemos criar leis que nos protejam, mas não se muda a cultura de um povo da noite para o dia.