domingo, 9 de novembro de 2008

Gays na Paulista (Sobre liberdade sexual)



Estou a tempos ensaiando pra escrever no meu blog, hoje encontrei um estímulo muito forte.

A algum tempo comentei com um amigo o fato de achar bonito os gays poderem andar de mãos dadas na Av. Paulista, e ele, o passageiro, resolveu publicar o diálogo em seu blog, depois de eu mesmo tê-lo feito lembrar-se dessa história.


Pra quem não leu no blog do Marcos, vou reproduzir o diálogo com minhas próprias palavras:


Eu: Amigo, eu acho bonito quando vejo dois homens andando de mãos dadas na Paulista!

Ele: Eu vou achar bonito quando ver dois homens andando de mãos dadas em Itaquera.


Ótimo, pra quem lê assim, um diálogo solto no ar, imagina o diálogo da bichinha fútil com o ser politicamente correto, e esse não é o meu caso, corro de futilidades, me importo com as questões que me afetam e as que afetam todos os cidadãos sejam eles gays ou heteros, ainda vivemos em sociedade, foi isso que aprendi nas extintas aulas de educação moral e cívica.


O fato é o seguinte, continuo achando bonito que gays possam se sentir seguros para andar de mãos dadas na Av. Paulista, eu particularmente não sinto e não me permito fazer isso em lugar nenhum, temo por minha segurança. Ficarei feliz quando ver isso acontecer em qualquer lugar do Brasil, mas será que são mãos dadas o verdadeiro problema que nos aflige?


Vale lembrar que em territórios árabes, onde em muitos países ser gay é ser condenado a morte, é costume dois homens andarem de mãos dadas, é uma questão cultural e totalmente aceitável. Não, não são mãos dadas, o preconceito moral é que ainda causa dano, é ele quem impulsiona perturbados a incendiar pessoas diferentes, quer sejam gays, ou mesmo índios, negros, judeus ou nordestinos.


E como nós temos colaborado pra mudar a visão do mundo em relação ao gay? Fiz o seguinte comentário no blog do passageiro sobre a questão:


"Eu acho sim importante o direito a livre expressão de qualquer pessoa, o direito de demonstrar afeto, tanto na Paulista quanto em Itaquera,... mas se é o próprio gay que vem de todos os cantos de São Paulo para a avenida paulista em dia de parada, demonstrar vulgaridade e promiscuidade, quando deveriam lutar, (com a bandeira da paz), para mostrar a sociedade que é diferente, não é verdade o que falam sobre os gays,... perdoem a redundância, mas temos direito de lutar por nossos direitos, mas não temos direito de usar essa manifestação como banheirão a céu aberto.


Enquanto o gay não agir de forma diferente, me perdoem, ele ainda terá restrições. É uma questão de postura. O mundo precisa nos enxergar de uma forma diferente da imagem das paradas."


Somos culpados pelo preconceito? Não, claro que não!

Precisamos ajudar formar opiniões negativas sobre nossa conduta moral, (que também é um conceito), e pratica de sexo de forma promíscua e sem limites? Também não!


Tudo o que sei é que, se realmente quisermos, temos espaço e uma arma poderosa para fazer valer o nosso direito, a palavra, não o pinto ou a bunda, mas a palavra! Temos visto mudança, há ainda muito que conquistar, mas já vemos ares de esperança pra futuras gerações, vejo isso na Paulista, e se a próxima geração puder descer a consolação e chegar ao centro, já me darei por satisfeito. Podemos criar leis que nos protejam, mas não se muda a cultura de um povo da noite para o dia.

Um comentário:

Marcos Freitas disse...

Enquanto o cidadão gay não for politizado, isso não mudará.