terça-feira, 18 de novembro de 2008

Barrado no clube de sexo - Parte II


Quem não leu a parte I dessa saga, por favor clique aqui e fique a par do início desse meu drama pessoal...


Novembro, a cidade não me rec0rdo bem, (melhor não comentar)...

Fui passar o feriado por lá, cheguei com bagagem suficiente para quatro dias.
Ele: "_Só isso?"

Eu: "_São só quatro dias!"

Ele: "_Quatro dias? Fica comigo pra sempre, não quero mais ter que te levar pro aeroporto, é doloroso ter que me despedir."

Ahhhh... suspiro novamente ao lembrar, que história linda! Nem preciso dizer que não foi preciso muita força pra me convencer a largar tudo por aqui e viver essa aventura interestadual, no sábado estava em casa, viemos de carro para São Paulo buscar o restante da minha bagagem.

Quando eu entrei em casa minha mãe se assustou, quando disse o que tinha vindo fazer ela se assustou novamente, me chamou de maluco, disse que eu tinha perdido o juízo. Claro que eu tinha, já encarou aquele olhar verde? Pois bem, dormimos em um hotel aquela noite e seguimos rumo ao desconhecido no domingo pela manhã.

Desconhecido sim, nós nos víamos regularmente, nos amávamos e tudo, mas o convívio é diferente, até então era o "só love", agora era conviver com as manias, com o pentelho grudado no sabonete, o apertar a pasta de dente no meio, os temperos que um gosta e outro não, enfim, iríamos nos descobrir, começar do zero.

E foi tudo muito bom, vivemos meses de muita felicidade, mas uma coisa estava complicada, eu trabalhava numa loja em um grande shopping, uma loja de designer e objetos, adorava o que fazia por lá, mas tinha uma única folga por semana, era difícil vir a São Paulo pra ficar aqui um único dia, sentia falta dos meus filhos. Peraí,... eu não contei a história desde o começo? Desculpem-me esqueci de mencionar esse detalhe! Sim, eu fui casado por oito longos anos, tive dois filhos que fazem dessa experiência heterosexual a melhor coisa que já fiz na vida, sem direito a arrependimento, mas passou, acabou, não deu pra sustentar e essa história completa eu conto pra quem quiser me perguntar. Agora vamos continuar...

Estava realmente difícil, sentia-me um canalha, meus filhos sentiam a minha falta, era difícil estar sempre com eles, parecia estar trocando o amor dos meus filhos, sentia a necessidade de fazer uma escolha difícil. Pensei alguns dias, resolvi tomar uma atitude drástica, sabia que se fosse discutir com ele o assunto tudo seria mais difícil. Conversei com minha gerente, ela entendeu minha situação e me pediu pra continuar trabalhando até o dia 21 de janeiro, exatamente o dia do meu aniversário, comprei uma passagem para o mesmo dia e guardei, resolvi deixar pra contar no último momento, não sei se fiz certo ou errado, mas foi o que achei melhor para aquele momento.

Dia 20 de janeiro chegou enfim, sentia um bolo na garganta que tornava quase impossível respirar, cheguei do trabalho e ele já estava em casa, disse que precisavamos conversar. Quando falei o que estava acontecendo, acho que o condomínio inteiro podia ouvir os gritos dele, me chamou de frio, de calculista, disse que eu queria acabar com a vida dele, achei que fosse me jogar pela janela do apartamento. Um silêncio,... choramos,... ele disse que não podia me levar ao aeroporto. Arrumei minhas malas, acordei no dia 21, precisava trabalhar até às 14 horas, meu vôo estava marcado para as 18. Me despedi ao sair para o trabalho e já levei tudo. Ele não virou na cama, não se levantou, não me beijou na despedida e eu não podia culpá-lo.

Foi o pior dia de trabalho, não tinha cabeça para nada, fiz apenas número na loja aquela manhã. Quase na hora de sair um bezouro de óculos escuros enormes e rosto molhado pousou na loja, ele tinha ido me buscar pra me levar ao aeroporto, o que estava ruím ficou ainda pior quando me coloquei a chorar com a loja cheia!

"_Alguém morreu?" Perguntou um cliente a uma colega. Ela respondeu que sim, e não estava mentindo. Depois de me despedir de todos, ele me levou ao aeroporto sem dizer uma única palavra, eu também não quis abrir a boca, não tinha mais nada pra dizer, só queria dizer o quanto aquilo estava sendo difícil pra mim, mas nada ajudaria.

Hora da despedida, estavam chamando o meu vôo nos falantes. Nos olhamos, as lágrimas correram, nos abraçamos e nos beijamos sem pensar em nada, foi um beijo demorado que dizia tudo o que era necessário.

Nos vímos uma única vez depois de tudo, mas combinamos que não nos veríamos mais... ainda nos falamos, trocamos carinhos pelo telefone e falamos coisa que só nos dois entendemos, alguma coisa sobre sonhos e últimos momentos.

Me lembro com saudade daquele amor, e o texto Samba Canção é dedicado a esse amor.

2 comentários:

FOXX disse...

uau!

tow aqui quase sem ar...

uau!

Leandro® disse...

Noooosssa, eu fiquei confuso, pois estou tentando descobrir quem é a pessoa....trate de me falar no msn ouviu??? Senão, relações cortadas aqui hahahahahahaha

bjos Will